domingo, 21 de junho de 2015

Review: In Memorium



Os filmes em estilo mockumentary são um nicho que ganhou os holofotes com o mega sucesso de A Bruxa de Balir, em 1998. É claro que o estilo não era novo, tendo em vista que filmes como Holocausto Canibal já o utilizara em nos anos 70, no entanto era um estilo pelo qual o publico ainda não sentia familiaridade. Havia também a relutância das grandes produtoras em produzir filmes dentro deste estilo, pois era algo novo e dava a sensação de "amador", e muita gente ainda resistia a esse tipo de produção.


Anos mais tarde, mais precisamente em 2007, Oren Peli chamou a atenção por ressuscitar o gênero (dormente desde A Bruxa de Blair) e arrebatou plateias com uma ideia simples e que lhe renderia fama e fortuna. Assim nascia a franquia Atividade Paranormal.

Depois do avassalador sucesso, principalmente após seu relançamento em 2009, agora em circuito comercial e com um final que daria um gancho para sequencias, era inevitável que Atividade Paranormal desse origem a vários "filhotes". O problema é que pouquíssimos se aproximavam do clima de tensão e terror psicológico que o filme de Oren Peli nos entregou, ficando muitas vezes apenas no "chato" e "arrastado". Dentre estes filhotes está In Memorium, um filme que prometeu muito mas pouco cumpriu.

A história de In Memorium começa quando o jovem cineasta Dennis Wade resolve se isolar junto de sua namorada, Lily, e gravar seus últimos dias de vida já que tem câncer nos ossos e está em estado terminal. Para tanto, Dennis aluga uma bela casa e a enche com câmeras de vigilância e microfones por todos os cômodos. Tudo parece ir bem, dentro da medida do possível, até que Dennis e Lily começam a ouvir sons estranhos e captam uma estranha presença em uma das câmeras. A partir daí, Dennis e Lily passarão noites de terror na casa onde descobrem que não podem sair.


Bem, o primeiro ponto negativo da produção fica por um fator que vai contra o que se entende por Mockumentary: O excesso de câmeras! Isso tira todo o teor amador da produção deixando mais com cara de filme "B" mesmo. Em alguns momentos temos até câmeras em locais absurdos, como em uma cena em que uma delas fica atrás de uma cadeira de balanço apenas para mostrar que ela balança sozinha e captar Dennis em um angulo dramático enquanto a olha em choque. Outro problema é que algumas das câmeras são posicionadas especificamente para dar closes dramáticos, o que acaba se tornando incomodo, pois todos parecem saber parar exatamente em frente delas,o que tira toda a realidade da coisa.
A câmera por trás da cadeira.

Um dos muitos closes "casuais".
O segundo ponto negativo fica por conta das atuações. Denni e Lily tem momentos e momentos. Hora o casal convence hora fica um tanto artificial e com brigas sem pé nem cabeça. Mas o elo mais fraco de todo o curto elenco (4 atores, sem contar com a "entidade") está no irmão mais novo Dennis, o brigão Frank. O ator que o interpreta parece ter sido demitido da figuração da Praça é Nossa e em momento nenhum você consegue formar um elo emocional com o personagem. Os momentos em que ele age como alívio cômico não funcionam e só consegue arrancar constrangimento de quem assiste. Isso também prejudica a empatia que a relação entre os irmão deveria gerar, o que prejudica o desfecho da história.

Frank e seu carisma negativo.
O terceiro ponto negativo está no ritmo. Como já dito anteriormente, filmes como esse correm o sério risco de se tornarem chatos e arrastados. Aqui, depois da revelação da estranha presença na casa aos 30 minutos, você começa a crer que a coisa vá ficar assustadora de verdade. Mas o filme só consegue arrancar dois bons momentos da entidade, e nem são cenas chave. O resto do filem se concentra mais no drama da doença de Dennis está tomando proporções incomuns e o fato de ele e Lily não conseguirem sair da casa. Isso, claro, são pontos importante e vitais para o fechamento da trama, mas fica faltando mais "presença da presença", e isso acaba castrando todo o potencial de horror do filme.

A "presença não muito presente".
A trama em si e todos os motivos para o acontecimento são interessantes e poderia render um filme muito melhor, mas acaba esbarrando em todos os problemas acima citados e fica apenas na promessa.

Enfim, In Memorium não é um filme tão fácil de se achar por aí, mas se você estiver curioso para conferir e tirar suas próprias conclusões, acesse o (ótimo) site Scary Torrent clicando AQUI e encontre o filme completo e legendado. Dei as minhas impressões mas a melhor maneira de se tirar conclusões é vendo por si só. No meu caso, creio que não seja o pior mockumentary que já vi mas não acrescenta muito ao gênero.

Nota: 04


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